quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Artigo do Frei Cristóvão: Campanha da Fraternidade 2008.


Amigos, tomei a liberdade de colocar este artigo aqui porque acho de extrema importância que tenhamos consciência da ameaça que a vida está sofrendo. Na CF 2008 tratamos da vida em todas as suas formas, desde a concepção até o seu declinio, na natureza, na floresta devastada, nas crianças que passam fome, em tudo e em todos.
Boa Reflexão e vamos à luta em defesa da vida!!!!!!!!!!!!!

Leia abaixo o artigo enviado pelo frei Cristóvão sobre a Campanha da Fraternidade 2008.
CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2008
Tema: Fraternidade e Defesa da Vida
Lema: Escolhe, pois, a Vida (Dt 30,19)

Não poderia ser mais oportuna a escolha da VIDA, a defesa da VIDA como tema da CF-2008. Isso porque a VIDA, no seu sentido mais lato possível, está seriamente ameaçada. A causa primeira é a própria concepção de Desenvolvimento, agora amparado pelo sistema capitalista na sua quarta versão histórica, o Capitalismo Pós-Industrial, o Capitalismo Eletrônico-Virtual. Chegamos à aberração de um mercado de dinheiro gerando dinheiro em proporções ilimitadas. Eu me pergunto se chegaremos a um dia que no desjejum, e pelo resto da jornada, vamos comer moedas de ouro, ou devorar notas de dólar, de iene, de libra ou de yuan!.O sistema capitalista é, por essência, necrófilo, isto é, depredador. Vai arrancando da Mãe-Natureza tudo de que precisa para manter a corrida insensata em busca de mais-valia, de lucro, de mais dinheiro, enfim.Veja a contenda entre os ecologistas e os magnatas do mundo das finanças! A Terra com seu ecossistema maior já perdeu de 28 a 30% de sua capacidade regeneradora, isto é, de recompor através de sua lógica interna, de seu equilíbrio dinâmico, de tudo o que lhe é usurpado. As mudanças climáticas estão aí para provar os fatos; e, contra fatos, não há argumentos.Quanto à Campanha da Fraternidade, sua origem, seu crescimento e evolução de seus temas, basta adquirir o manual da Campanha, versão-2008. Não deixa de causar estranheza constatar que alguns bispos e sacerdotes boicotaram a CF, alegando que ela desrespeita o calendário litúrgico, oficializado e imposto a todo o ocidente pela Cúria Romana com o beneplácito do Papa. Baita de um processo de racionalização! No fundo, rejeitam a proposta libertadora da mensagem do Rabi da Galiléia, Jesus de Nazaré, da qual a CF é uma expressão.Ora, o raciocínio é claro como um dia cheio de sol: uma leitura (hermenêutica) espiritualizante, para não dizer, fundamentalista do evento histórico de Jesus de Nazaré e de sua mensagem de Vida para todos, em especial, para os excluídos da História, os impossibilita de se comprometerem com a CF que tem, todo ano, um apelo, como forma de penitência em preparação para celebrar a Páscoa (Paixão-Morte-Ressurreição do Senhor).Um apelo para superar um problema social que constitua um empecilho na vivência da fraternidade universal. Ora, a Liturgia é um excelente instrumento para constatar o grau de comprometimento com a Vida e com a Justiça de toda e qualquer proposta de caminhada pastoral.As Igrejas Evangélicas, o Movimento Neopentecostal, seja de versão católica ou de versão evangélica, como tantos outros movimentos religiosos de nossos dias, foram tragados pelo sistema capitalista: o sucesso, o bem-estar pessoal, conjugal, familiar, profissional, a paz de espírito e a recuperação da auto-estima são as propostas que o alimentam financeiramente. Para se convencer disso basta percorrer pela TV os diversos e variados programas religiosos. Justiça, compromisso com a VIDA, busca de uma alternativa para um novo ordenamento político-econômico mundial (Uma nova geopolítica), são valores ausentes ou, então, reinterpretados de um modo espiritualizante e individualista. A Religião-do-Mercado para garantir sua sobrevivência adornam a pílula: apresentam um doce Jesus que pode resolver todos os seus problemas, dúvidas e angústia. Um Jesus sem o seu Calvário, sua Cruz, conseqüências de seu Projeto Libertador, de seu compromisso com a Vida, com a JustiçaBem, voltemos à CF-2008. Temos que ampliar nossa noção de VIDA, que vai além da defesa do nascituro, do direito do doente terminal de morrer dignamente; de não brincar com a vida com experiências biogenéticas que põem em risco a estrutura ôntica do feto; de fazer do ser humano cobaia tendo em vista a descoberta de novos medicamentos para combater enfermidades que põem em risco a vida da pessoa em questão. Não nos esqueçamos que o fascismo utilizou esta prática. Edgar Morim, em seus escritos, nos adverte de que Ciência sem Ética nos reconduz a uma situação de barbárie. Quem sabe não seria oportuno adotar como penitência, com vontade de mudar algo que se faz necessário em nossa vida, reaprender a cuidar e celebrar a vida!Fico enojado ao assistir os noticiários televisivos: tanta violência, tanto desrespeito à Vida e tanto cinismo por parte dos homens públicos e dos donos do dinheiro! A Imprensa prima por nos mostrar um panorama catastrófico, como ibope, evitando apresentar as causas de tantos males e sofrimento. O que ameaçaria a razão de ser do sistema, abalaria suas estruturas! E mais: cortaria o financiamento da publicidade!!Sejamos, porém, mais otimistas do que pessimistas. Apesar de tudo, o ano de 2007, apresentou algo que alimenta nossa esperança. Vejamos alguns fatos:• O despertar de uma consciência ecológica, planetária• A mobilização com relação à questão do aquecimento global jamais foi tão forte• A insustentabilidade, por parte do governo dos EUA, de continuar como maior poluidor do mundo• Pela primeira vez na história a humanidade deve trabalhar em conjunto para garantir a qualidade de vida das gerações futuras• Os conflitos e divergências entre povos ou nações já não são solucionados por apenas duas potências mundiais (EUA e União Soviética – tempo da Guerra Fria); muitos outros povos, muitas outras nações, participam da solução. Um representante de Papua-Nova exerce pressão sobre os delegados norte-americanos• A possibilidade de se obter células-tronco além de embriões humanos• Cientistas que usam células-tronco na busca de cura para males que afligem milhões de pessoas não serão mais chamados de assassinos por grupos religiosos conservadores e poderão sair dos tribunais e voltar aos laboratórios• A clonagem de seres humanos é vista pela maioria dos cientistas como algo inútil sob o ponto de vista médico quanto eticamente indefensável.• O maior acelerador de partículas que promete responder a várias questões fundamentais da física (origem da massa e a possibilidade de que as forças da natureza sejam manifestações de uma só, o campo unificado) passa a funcionar ainda este ano (CF. Gleiser, Marcelo, `Celebrando a vida`, caderno `Mais`, Folha de S.Paulo, SP, Ciência, 06/01/2008:7).Nossos votos são de que a CF-2008 some forças no sentido de fortalecer essa corrente positiva que alimenta nossa esperança e nos interpela para que demos nossa porção de compromisso para torná-la história na história de nossas vidas.
Frei Cristóvão Pereira ofm.freicristovao@gmail.com.
Convento S.Francisco das Chagas - Carlos Prates, BH: 18/01/2008.

Fonte: http://enfrades.blogspot.com/2008/01/artigo-do-frei-cristvo-campanha-da.html

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Água da região será vendida nos EUA em 2008; Brasil é alvo da hidropirataria na foz do rio Amazonas.


A revista Veja desta semana traz uma pauta inquietante. No boxe O apelo exótico da selva, página 106, vinculado à matéria A guerra contra a água mineral, a revista afirma: a água mineral Equa é retirada do solo da Amazônia e será distribuída nos EUA a partir de abril de 2008. A Equa "é extraída de uma fonte no coração da Floresta Amazônica brasileira. Sua história começa com o americano Jeff Moat, que trabalhou durante quinze anos em Manaus, onde tinha uma firma de exportação de pescados. Dois anos atrás, de volta ao Brasil, ele teve a idéia de analisar amostras das águas amazônicas", descreve o jornalista Paulo Neiva.
"As análises feitas em laboratórios americanos da fonte da Equa mostram que essa é a água mineral mais pura do mundo", atesta Jeff Moat.
A Equa chegará ao mercado americano em abril do ano que vem, ao custo de US$ 8 a embalagem de 750 mililitros. O lançamento no Brasil está previsto para maio de 2009.
Pergunta-se: essa água será engarrafada no Brasil? Como sairá do país para ser vendida nos Estados Unidos? O Brasil está vendendo ou dando essa água? A água é produto da Humanidade ou do país onde é extraída? Águas de rios internacionais pertencem a quem? Para construir hidrelétricas no rio Madeira o governo brasileiro não precisaria pedir permissão à Bolívia?
Se água é um bem da Humanidade, por que a ONU (Organização das Nações Unidas) não cria um mercado internacional de água, para suprir países do Quarto Mundo, onde a população morre bebendo água suja, quando há? Por que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está providenciando água para os grandes agricultores na bacia do rio São Francisco, com a transposição do rio, enquanto a população pobre do Nordeste morre à míngua por falta de água potável?
Publiquei, este ano, na minha coluna na Agência Amazônia um artigo provocativo, "Já é tempo de a Amazônia exportar água", apenas para advertir para a denúncia do oceanógrafo Frederico Brandini ao site Amazônia.Org no dia 7 de julho de 2004. Na mesma data o jornal Gazeta do Povo, de Curitiba (PR), publicou matéria intitulada Navios roubam água do rio Amazonas.
Segundo a matéria, após descarregar óleo cru nos portos da Amazônia, petroleiros do Oriente Médio abastecem seus tanques com até 250 milhões de litros de água, cada um, sem pagar qual centavo ao Brasil. Água é ouro no Oriente e na Europa (no Oriente, mais de 20 países sofrem crise gravíssima de água). Assim, a charmosa Perrier pode ser água do Amazonas. Na Arábia Saudita, a dessalinização custa US$ 1,5 por metro cúbico. A retirada da turbidez da água do Amazonas fica em torno de 0,30 cents de dólar. Um negócio extremamente lucrativo.
A imprensa começou a chamar esse roubo de hidropirataria. Mas a falta de uma denúncia formal sobre o caso impede a Agência Nacional de Águas (ANA). A diretoria da ANA, responsável pela fiscalização dos recursos hídricos, sabe da hidropirataria. Até a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) conhece o assunto. Um relatório secreto da maçonaria também denuncia o roubo da água da Amazônia, que ocorre na foz do rio Amazonas, na altura do Amapá.
A defesa das águas brasileiras está na Constituição Federal, no Artigo 20, que trata dos bens da União. Em seu Inciso III , a legislação determina que rios e quaisquer correntes de água no território nacional, inclusive o espaço do mar territorial, pertencem à União. Isso é complementado pela Lei 9.433/1997, que trata da Política Nacional de Recursos Hídricos, em seu Artigo I , Inciso II, que estabelece ser a água recurso limitado, dotado de valor econômico, e determina que o poder público seja responsável pela licença para uso dos recursos hídricos, "como derivação ou captação de parcela de água".
A ingerência estrangeira nos recursos naturais da Amazônia tem aumentado significativamente nos últimos anos. Seja por ação de empresas multinacionais, pesquisadores estrangeiros autônomos ou pelas missões religiosas internacionais. Mesmo com o Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) ainda não foi possível conter os contrabandos e a interferência externa dentro da região.
A captação de água seria feita por petroleiros no rio Amazonas. A foz do rio, o maior do mundo, tem 320 quilômetros de extensão, na costa do Amapá, despejando no Oceano Atlântico pelo menos 200 mil metros cúbicos de água por segundo. Na foz, a profundidade média é em torno de 50 metros, o que suporta o trânsito de grandes cargueiros. O contrabando é facilitado pela ausência de fiscalização na área. Um navio petroleiro armazenaria o equivalente a meio dia de água utilizada pela cidade de Manaus, de 1,5 milhão de habitantes.
Essa água, apesar de conter uma gama residual imensa e a maior parte de origem mineral, pode ser facilmente tratada. Para empresas engarrafadoras, tanto da Europa como do Oriente Médio, trabalhar com essa água, mesmo no estado bruto, representa uma grande economia. O custo por litro tratado é muito inferior aos processos de dessalinizar águas subterrâneas ou oceânicas, além de livrar-se do pagamento das altas taxas de utilização das águas dos rios europeus.
As águas salinizadas estão presentes no subsolo de vários países do Oriente Médio, como Arábia Saudita, Kuwait e Israel. Eles, praticamente, só dispõem dessa fonte para seus abastecimentos. O procedimento de retirada do sal é feito por osmose reversa, extremamente caro. Na dessalinização são gastos US$ 1,50 por metro cúbico e US$ 0,30 no mesmo volume de água doce tratada.
O avanço sobre as reservas hídricas do maior complexo ambiental do mundo, segundo os especialistas, pode ser o começo de um processo desastroso para a Amazônia. E isso surge num momento crítico, cujos esforços estão concentrados em reduzir a destruição da flora e da fauna.
A Amazônia é considerada a grande reserva do planeta para os próximos mil anos. Pelo menos 12% da água doce de superfície, não congelada, se encontram no território amazônico. Dois terços do planeta são ocupados por oceanos, mares e rios. Porém somente 3% desse volume são de água doce. Um índice baixo, que se torna ainda menor se for excluído o percentual encontrado em estado sólido, como nas geleiras polares e nos cumes das grandes cordilheiras. Água doce em estado líquido representa menos de 1% do total disponível na Terra.
Sob esse aspecto, a Amazônia se transforma em local estratégico. Mas a importância desse reduto natural poderá ser, num futuro próximo, sinônimo de riscos à soberania dos territórios panamazônicos. O que significa dizer que o Brasil seria alvo prioritário numa eventual tentativa de se internacionalizar esses recursos, como já ocorre no caso das patentes de produtos derivados de espécies amazônicas.
Entre 1970 e 1995, a quantidade de água disponível para cada habitante do mundo caiu 37% em todo o mundo; atualmente, cerca de 1,4 bilhão de pessoas não têm acesso a água limpa. Segundo a Water World Vision, somente o rio Amazonas e o Congo podem ser qualificados como limpos.
Guerra pela águaDoutrina que vem se estabelecendo em círculos de debates internacionais sobre a existência de bens comuns - como água doce e florestas - a serem gerenciados pelas potências internacionais pode ser o embrião de futuras ingerências estrangeiras na Amazônia, avalia o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães. Ele entende que o governo deveria criar o Ministério da Amazônia, com sede em Manaus. "É na medida em que o estado soberano administra os recursos naturais da Região Amazônica que toda e qualquer ameaça se reduz na mesma proporção" - analisa Guimarães.
As Forças Armadas estão à míngua. "Nós consideramos que as nossas forças são apropriadas para a defesa da Amazônia num confronto regional.
Com relação a uma ameaça de potência superior, vamos ter que adotar uma tática, uma estratégia que o Exército está treinando muito bem, que se chama estratégia da resistência", afirmou o almirante-de-esquadra Miguel Ângelo Davena. "Eu creio que seja do conhecimento de todos os brasileiros que as nossas forças estão carentes de reaparelhamento".
Relatório de 2004, encomendado pelo Pentágono à Global Bussines Network, empresa especializada em tendências de negócios, baseada na Califórnia, e revelado pela jornalista Memélia Moreira aponta que o rio Amazonas será palco de guerra muito em breve por conta do acesso à água. Denúncias publicadas por esta agência dão conta que pesquisadores adentram na Amazônia brasileira pela Colômbia para coletar amostras de água dos rios Negro, Solimões, Juruá e outros. Eles também levam essências, fungos e outros microorganismos da Amazônia para estudá-los em laboratórios dos EUA e Europa.

Fonte: Agência Amazônia (16/01/2008)
Link: http://www.agenciaamazonia.com.br/

TERRA DE UM POVO


Um mundo...Um mundo onde a chuva era pontual,Hoje não é mais, porém é sempre normal.

Em que a coca-cola divide lugar com sucos de cupu-açu, bacuri, guaraná,...

Um mundo em que apesar da temperatura ser muito além dos 30º, sempre se toma tacacá.

Em que folha cozida e bem temperada chama-se maniçoba e é iguaria.

Um mundo em que aipim chama-se macaxeira e cajá chama-se taperebá.

Em que nas horas das refeições sempre tem açaí, come-se tudo misturado e é absolutamente normal.

Um mundo em que se não tiver açaí tomamos bacaba, que não é tão gostosa, mas só se encontra por aqui.

Em que a Estação das Docas e o Ver-o-Rio são motivos de orgulho.

Um mundo em que D. Romualdo de Seixas, Manoel Barata e Gentil Bittencourt são ilustres e merecem aplausos por seus méritos.

Em que passar o natal na Disney e o reveillon em Copacabana não é tão emocionante como andar quilômetros atrás de uma pequena imagem da Senhora de Nazaré, que nos faz rir e chorar ao ver quão grande é a fé deste povo.

Um mundo em que outubro é o mês mais esperado do ano, pois sedia o famoso Círio de Nazaré.

Em que mais de 41 tribos indígenas vivem com seus costumes, lendas e mitos.Um mundo em que carimbó, siriá e brega são danças normais e não espetáculos de teatro.

Em que pororoca, marajoara, jurunas, tapanã, mundurucus são palavras normais.

Um mundo em que tupi-guarani, timbira, caribe, mundurucu, juruna são línguas que, misturadas com o português formam o idioma de um povo.

Em que barcos e canoas são transportes normais.

Um mundo em que só existem duas estações ao ano, o verão é em julho e o inverno em janeiro.

Em que se reza, canta-se e dança-se dentro das igrejas e que existe uma festa chamada Santas Missões Populares.

Um mundo em que papagaios, jacarés, cotias, araras, lontras e micos-leões-dourados fazem parte da fauna e não são apenas enfeites de zoológicos.

Em que ser parecido com índios para muitos não é motivo de orgulho, mas é normal.

Um mundo em que cidades nasceram de aldeias indígenas e traz em seu povo essa herança.

Em que a feira livre chama-se Ver-o-Peso e é ponto turístico.

Um mundo em que existe um bosque no meio da capital.

Terra de um povo guerreiro, bravo, nascido da mistura de índios, negros e brancos, mas que trás nas veias o sangue índio e tem orgulho de ser paraense.

Este é o mundo em que nasci e tenho orgulho de pertencer.

Este é o mundo chamado Pará.