quinta-feira, 31 de julho de 2008

Perder alguém querido!

Não há palavras para expressá-la.Não há livro que a descreva.Por isso, o melhor jeito de consolar é falar pouco, orar junto,sentir junto e estar presente, cada um do jeito que sabe.
Palavras não explicam a morte de alguém querido.Sabem disso o pai, a mãe, os filhos, os irmãos, o namorado e a namorada, o marido e a mulher, amigos de verdade.
Quando o outro morre, parte do mistério da vida vai com ele.A parte que fica torna-se ainda mais intrigante.
Descobrimos a relação profunda entre a vida e a morte quando alguémque era a razão, ou uma das razões, de nossa vida vai-se embora.
Para onde? Para quem? Está me ouvindo?A gente vai se ver novo? Como será o reencontro?Acabou-se para sempre, ou ela apenas foi antes?Por que agora? Por que desse jeito?
As perguntas insistem em aparecer e as respostas não aparecem claras.Dói, dói, dói e dói...
Então a gente tenta assimilar o que não se explica.Cada um do jeito que sabe.Há o que bebe, o que fuma, o que grita, o que abandona tudo,o que agride, o que chora silencioso num canto, o que chama Deus para uma briga, o que mergulha no fatalismo e o que, mesmo sem entender ou crer, aposta na fé.
Um dia nos veremos de novo... enquanto este dia não chegar,entes que eu amo sei que me ouvem e oram por mim, lá, junto de Deus.Para eles a vida tem, agora, uma outra dimensão.Alcançou o definitivo.
Quem fica perguntando e sofrendo somos nós.Mas como a vida é um riacho que logicamente deságua, a nossa vez também chegará e, quando isso acontecer, então não haverá mais lágrimas.As que aqui ficaram chorando terão a sua explicação.Por enquanto, fica apenas o mistério.Alguém que não sabemos por que nasceu de nós e por que cresceu em nós, por que entrou tão de cheio em nossa vida, fechou os olhos e foi-se embora.
Quem ama de verdade não crê que se acabou.A vida é uma só: começa aqui no tempo e continua, depois, na ausência de tempo e de limite.Alguém a quem amamos se tornou eterno.E essa pessoa já sabe quem e como Deus é.E também sabe o porquê de sua partida.Por isso, convém falar com ela e mandar recados a Deus por meio dela.
Se ela está no céu, então alguém, além de Deus, de Jesus e dos santos, se importa conosco.Definitivamente, não estamos sozinhos, por mais que doa a solidão de havê-la perdido.Mas é apenas por pouco tempo.Quem amou aqui, sem dúvida, se reencontra no infinito...


Pe. Zezinho, scjDo livro: Orar e pensar como família